Antes de tudo, Geruza, é importante dizer que você está criando um procedimento e, para isso se realizar, criou um meio próprio, um meio ecológico, uma espécie de ecoethos, que é o ambiente propício para o desejo se liberar. O que você está nomeando como Esquizoestórias é, portanto, um procedimento ético, pois elabora um modo de extrair aquilo que intensifica a vida. E como você faz isso? Inventando um processo muito interessante já que o investimento na desrostificação é extremamente importante, urgente, necessário e atualíssimo. Afinal, nós, na contemporaneidade, estamos aprisionados pelo rosto.
O rosto é um instrumento privilegiado de captura do desejo e da voz: ele é o porta-voz das vozes sociais. Qualquer traço de intensidade é filtrado pelo rosto, que é o lugar da fala e da escuta, ou seja, o lugar que suporta a enunciação. O rosto, portanto, é uma substância semiótica de enunciação, de expressão. Por isso é incorporal: não é a cabeça animal. Embora tenhamos boca, olhos, pelos, nós só nos relacionamos secundariamente com a cabeça, pois ela está submetida à interpretação do rosto que é o interpretante em nós. Por tudo isso, nossas formações sociais investem na rostificação: no controle das mentes, dos corpos e do desejo.
Luiz Fuganti
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