A escrita curativa partes 1 e 2

Esses são os 2 livros que compõe as partes 1 e 2 da obra “A escrita curativa (ou de como voar com asas quebradas)”, de Geruza Zelnys.

 

Sobre os livros:

 

Parte I

 

Talvez que se não fosse essa moda, perigosa moda, que associa a cura pela escrita a hábitos que passam pelo registro dos sentimentos no papel, à recomendação de uma espécie de desabafo em duas ou três páginas de texto diárias, ou pela busca por autoconhecimento nas entrelinhas de um texto, ou ainda pela descrição do nascer do sol num dia de primavera… Talvez não fosse por isso, esse livro ainda trabalhando às escuras, a portas fechadas. […]

Então antes que você comece a sua leitura desse livro, preciso advertir-lhe: “cuidado”. Esse livro é sobre literatura, sobre fazer literatura e ela, a literatura, não é inocente, pois se fosse não teria força suficiente para construir ou derrubar mundos. A literatura tem suas próprias regras, seus princípios, seus comandos, suas institucionalidades. A escrita terapêutica é uma coisa, a escrita literária é outra. A escrita literária quando se abre à potência terapêutica é uma coisa mais delicada ainda. Escrita ardilosa essa que só pode ser mediada com responsabilidade e consciência dos caminhos labirínticos que compõem o campo literário: suas vias pavimentadas, seus atalhos e saídas de emergência.

 

Parte II

 

Esse prólogo antecipa um encontro: uma ideia de cura menor, de um processo de minoridade curativa e, por isso, avesso ao pensamento molar, modelar de cura. Antecipa um processo modular que se dá no cuidado com o quase imperceptível, no trânsito entre uma escrita menor e uma escuta menor. Minorizar é a palavra que acompanha todo o processo, embora somente aqui ela apareça, conduzindo a uma sensibilidade que não interpreta, que não tenta ajudar, que não almeja salvar ninguém, mas produzir experiência conjunta, produzir possíveis, produzir vidas que engendram vidas.

É tudo isso que deixo aqui: um acontecimento de escrita e sendo isso em tudo se parece a uma simples linha de intensidade que estico sob uma lupa para que possamos ver a multiplicidade que compõem sua unidade. Sim, o acontecimento de escrita, ou a escrita como acontecimento – ou ainda a escrita do acontecimento – tem uma constituição mais ou menos ordenada e poderá ser reconhecida nos intervalos entre um e outro estímulo criativo: o transbordamento, o contorno, o detalhe, a alteridade, o estrangeiro, o desejo, a autonomia, o desapego, o silêncio, enfim, a

 

abertura ao acontecimento

que não para de acontecer:

 

 

R$100.00

Geruza Zelnys

Geruza Zelnys é escafandrista com doutorado em literatura líquida. Mestre em Crítica Literária (PUC-SP) e doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP), tem pesquisa de pós-doutorado em processos criativos e terapêuticos nas oficinas de criação literária (UNIFESP). Trabalha como professora universitária no Instituto Vera Cruz e ministra oficinas de escrita criativa na Casa das Rosas, Casa Mário de Andrade e diferentes unidades do SESC. Em 2014, criou o curso de Escrita Curativa. Desde lá, publicou três livros de poesia: “esse livro não é pra você” (Patuá, 2015), “se do meu púbis nascessem asas & outros poemas” (Oito e Meio, 2017) e “Folheio teus cabelos, no contratempo do vento” (Urutau, 2017); um livro de contos: “9 janelas paralelas & outros incômodos” (Dobradura, 2016); um romance com o prêmio PROAC 2015: “tatuagem: mínimo romance” (Patuá, 2016) e um livro infantil: “Pássaro azul” (Quase Oito, 2018). Também organizou o volume de ensaios: paisagens mínimas: experiências com a escrita criativa (Dobradura, 2017). “Quintais” recebeu o prêmio para publicação de livros da Prefeitura do Município de São Paulo.

gênero: ficção
formato:
15 × 21 × 1 cm (parte 1 e 2)
páginas:
126 (parte 1) e 118 (parte 2)

peso: 0,240 kg (parte 1) e 0,230 kg (parte 2)
ISBN: 978-65-990753-9-1 (parte1) e 978-65-996462-0-1 (parte 2)
ano de lançamento:
2021

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