Em 1961, a Dame Cicely Saunders, médica inglesa que deu origem ao Movimento Hospice Moderno, hoje conhecido como Cuidados Paliativos, escreveu: “Eu sou uma médica afortunada, porque não vivo com pressa. Eu tenho tempo para ouvir e apreciar meus pacientes. E isso é gratificante para ambos.”
O Arthur, em seu segundo livro, põe em prática essa lição. Ele escuta, interage, ensina e acolhe. Também, se diverte e nos diverte com suas histórias.
E este é um aprendizado imprescindível a todo profissional de saúde. A boa comunicação pode ser teorizada, ensinada como técnica e até treinada.
Mas, o livro vai muito além. Conta histórias do dia a dia de um jovem médico. Jovem na idade, porque na alma, ele carrega décadas e décadas de sabedorias.
Ele tem intimidade com seus pacientes, conhece-os bem e se deixa conhecer, porque não há relação em que não haja troca.
Tem situações divertidas e tristes. Tem cenas de explícita confiança, de cumplicidade, reverencia e gratidão. Dá para falar de Morte sem deixar de ser vida. De beijinhos de todos os tipos, sem pieguices. Há amor transbordando. E é deste amor por seres humanos que trata Ouvidos e Palavras, um livro para profissionais, pacientes, familiares e todos os interessados em apreciar pessoas.
Boa leitura.
Maria Goretti Maciel