Todos passam pelo fogo, segundo livro de Rosa Mascarenhas, nos convida a um mergulho. Isso por trazer perguntas e reflexões sobre a vida, anunciadas desde o início: “aonde vou chegar? Qual o objetivo? Como saber e como resolver as adversidades? Quem pode me ensinar?”.
Nessa obra, a autora passa também pela dimensão mística e espiritual da existência, na figura ancestral de um ancião que, dia após dia, acende a fogueira. Esse ritual acontece em um lugar ermo, no qual diferentes pessoas chegam e partem, deixando e levando aquilo que podem: dúvidas, respostas, objetos, iluminações, nada.
Estamos assim diante de um mosaico da vida: vários indivíduos compartilham um espaço/tempo, mas com objetivos e vivências muito diferentes. Com tal retrato, essa narrativa vai nos instigando diante da vida, sua diversidade e complexidade. E vai também criando um mistério em torno do ancião: quem é e o que almeja esse homem, em contato com diversas pessoas e ao mesmo tempo isolado e em solitude?
Todos passam pelo fogo, desse modo, nos leva a indagar sobre nossas próprias vidas. Que contornos estamos dando a ela? E o que desejamos? Estamos assim diante de um livro que cria pontes entre ficção e realidade, e o convite é para que você atravesse essas páginas.
Eduardo Guimarães