Escrever o posfácio do primeiro livro de poesias de Natalia Moreno é uma tarefa honrosa e, ao mesmo tempo, de muita responsabilidade. Pois trata-se de seu primeiro livro de poesias. E devo lhes dizer: que surpresa, que leitura prazerosa!
Uma tarde junto a O amor existe… foi tempo suficiente para a percepção de como os temas abordados refletem características da própria Natália e como elas convergem para o afeto, para o feminino.
Em poemas de versos soltos, livres, produzindo uma poética envolvente, está o amor, tema caro à autora. Textos que narram o amor que permeia a vida de todos nós, nas lembranças de infância, nas sensações intensas da adolescência, no amadurecimento da vida adulta. Mas, para os desavisados, um alerta: o amor descrito por Natalia é apresentado em todas as suas nuances e possibilidades. Ora terno e cheio de afeto como em “O dia mais lindo do mundo”, ora árido e ingrato como em “Você avisou”. São poemas à disposição de quem deseja rememorar suas próprias vivências ou permitir-se transitar pelas mais diversas sensações, como angústias, sonhos, desilusões, desejos, fetiches e esperanças.
Indissociável também a presença da mulher como protagonista, narrando diferentes aspectos das práticas cotidianas desse amar, de suas intenções e intuições. Ora forte e plena, ora frágil e vulnerável como nos belos “Você aprendeu” ou “Café com ausência”, os escritos de Natalia revelam sua percepção do amor como resposta, confronto e enfrentamento, do amor como bálsamo e cura, disposição e enigma, ou, simplesmente, do amor como solução.
Aqueles que, como eu, a conhecem de romances como “Marcas da Vida” ou “Destino Traçado”, ficarão admirados por agora tomar contato com suas poesias; e os que não a conhecem, estou certo que à primeira página terão pressa em conhecê-la por inteiro. Uma nova faceta de Natália nasce neste momento. A mulher, esposa, professora, cidadã e escritora é, agora, poeta.
Seja bem-vinda a este mundo mágico, Natalia Moreno. Segue, companheira capricorniana. Continue a escalada, porque o espaço é infinito e não tem fronteiras. Como o amor.
Ivan Marcon